segunda-feira, 5 de março de 2007

Quando a janela se fecha
E se transforma num ovo
Ou se desfaz em estilhaços
De céu azul e magenta
E o meu olhar tem razões
Que o coração não frequenta
Por favor diz-me quem
És tu de novo
Quando o teu cheiro me leva
Às esquinas do vislumbre
E toda a verdade em ti
É coisa incerta e tão vasta
Quem sou eu para negar
Que a tua presença me arrasta
Quem és tu na imensidão
Do deslumbre
As redes são passageiras
Arquitecturas da fuga
De toda a água que corre
De todo o vento que passa
Quando uma teia se rasga
Ergo à lua a minha taça
E vejo nascer no espelho
Mais uma ruga
Quando o tecto se escancara
E se confunde com a lua
A apontar-me o caminho melhor
Do que qualquer estrela
Ninguém me faz duvidar
Que foste sempre a mais bela
Por favor diz-me que és
Alguém de novo

Jorge Palma

2 comentários:

jacky disse...

Escreve porque exorciza os demónios e eu estarei aqui para te ler e ajudar-te a espantá-los :)

*ci* ramoss disse...

"Por favor diz-me que és / Alguém de novo"
De todas a melhor e mais alentadora frase. Estou torcendo por ti. Bjos