terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Derrotada

Os ingleses diriam defeated. Nó dizemos derrotado. É derrotada que me sinto. O peso do mundo e a sua verdade escapam-me sempre um pouco. Sou privilegiada: tenho pais sãos, filho são, amigos sãos, tenho emprego, alguma folga para poder comprar algo especial de vez em quando... não me posso queixar.
As circunstâncias levaram-me a ter dois reality shock, esta semana: ir ao cinema ver O Amor (Michael Haneke) e visitar um centro de acolhimento temporário para crianças e tem sido de difícil digestão.
Por mais que o meu mundinho seja rosado, há muitos pintados de cinzento escuro e não convivo bem com isso. Podia alhear-me e pensar: é a vida! E é mesmo, no seu estado menos feliz, provocando sofrimento a pessoas que ainda ou já não o mereceriam. É, fatalmente, egoísta pensar no meu estado de espírito perante isto e é por isso que começo logo a engendrar maneiras de aliviar algumas situações. Todos podemos fazer alguma coisa: façamo-la. Essa pequena coisa precisa de ser feita tal como os grandes actos heróicos de quem se ache capaz disso. Façamos qualquer coisa. Por nós.

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